segunda-feira, agosto 23, 2010

Vamos dançar juntos?

Clovis Farinelli
É natural no meio cultural, observarmos os artistas e produtores reclamando da falta de recursos, do pouco esforço das autoridades governamentais, da falta de interesse das empresas em patrocinar as atividades culturais. De fato, os governantes brasileiros não auferem à cultura, a importância que a mesma representa para o desenvolvimento de um povo. Muitos não percebem os benefícios que as produções culturais colocam a disposição dos cidadãos, pois cultura não é só lazer, é desenvolvimento social e econômico, é fato gerador de renda e empregos.

Mas será que a culpa repousa apenas sobre os governantes que destacam uma diminuta parcela de seus orçamentos para a pasta da cultura? Será que a classe artística tem a exata dimensão do que isso representa?
O artista diferentemente de outros núcleos da sociedade, não tem o hábito de se organizar em grupos, entidades de classe e associações.

Em nossa região, a Baixada Santista, temos um intenso foco cultural, em todos os segmentos, inclusive na dança, mas o que vemos é a falta de organização, a falta de discussão, a falta de preparo técnico e psicológico e principalmente a falta de humildade e ética. Percebe-se que são poucas as oportunidades, mas elas existem e não são devidamente aproveitadas. Recentemente comparecia uma palestra no SESC/Santos, onde estavam presentes, Hulda, diretora do Grupo Cisne Negro, Sonia Kavantan, da Kavantan Projetos Culturais e uma professora da Faculdade de Dança da UNICAMP. O problema é que compareceram pouco mais de 15 pessoas. Em seguida, dias depois o Conselho de Cultura de Santos promoveu um debate sobre Mercado Cultural com um palestrante do SEBRAE onde compareceram mais de 50 pessoas, mas a maioria de uma nova geração que tem sede de aprendizado e experiência. Onde estavam os ícones da dança da cidade de Santos? Poucos vieram...
Portanto percebemos que os problemas, que são comuns a todos, tendem a não se resolverem, pois dificilmente iniciativas isoladas trarão resultados práticos. A forma mais concreta e eficiente de conquistar os objetivos é a união entre as direções de grupos e academias. A concorrência entre elas não inviabiliza as lutas conjuntas para a conquista de objetivos comuns. Afinal de contas para que existiriam as Câmaras Lojistas, os sindicatos patronais e todas as entidades de classe.

Resta-nos então a reflexão. Será que vale a pena continuar isolado? Ou não seria melhor estarmos todos dançando juntos?


fonte: idance

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